quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Sabedoria popular portuguesa - provérbios

No ocidente tornou-se moda a sabedoria oriental.

Mas cada povo acumula a sua própria sabedoria de séculos. Esse é o caso de Portugal, um dos países mais antigos da Europa.
Alguma dela está vertida em ditados populares que fazem todo o sentido, ainda que tenham que ser adaptados ao contexto de cada situação.
Eis aqui uma pequena seleção:


A encomenda é igual ao cabaz.
A boda e a baptizado não vás sem ser convidado.
A galinha da vizinha é sempre melhor que a minha.
A ignorância e o vento são do maior atrevimento.
A nuvem passa, mas a chuva fica.
A valentia com os fracos, só cobardia revela.
Amigo disfarçado, inimigo dobrado.
Ave que canta demais não sabe fazer o ninho.
As aparências iludem.
Ao rico não devas e ao pobre não peças.
Apanha com o cajado quem se mete onde não é chamado.
Antes quero asno que me leve do que cavalo que me derrube.
Até ao lavar dos cestos é vindima.
Barriga cheia, companhia desfeita.
Burro velho não aprende línguas.
Cada macaco no seu galho.
Cada um por si, Deus por todos.
Cada um vê mal ou bem, conforme os olhos que tem.


Cão que ladra não morde.
Cesteiro que faz um cesto, faz um cento, dando-se-lhe verga e tempo.
Cuidados e caldo de galinha nunca fizeram mal a ninguém.
Depois da batalha aparecem os valentes.
Devagar se vai ao longe.
Dinheiro compra pão mas não compra gratidão.
Dinheiro emprestaste, inimigo criaste.
Diz o roto ao nu: porque não te vestes tu?
Entre marido e mulher, não metas tu a colher.
Escuta o conselho dos outros e segue o teu.
Fala pouco e bem, ter-te-ão por alguém.
Fia-te na Virgem e não corras, logo vês o trambolhão que levas.
Gato escaldado de água fria tem medo.
Guarda de comer, não guardes o que tens para fazer.
Junta-te aos bons e serás como eles; junta-te aos maus e serás pior que eles.
Livra-te de homem que não fala e de cão que não ladra.
Mais fere a palavra do que a espada.
Mais se tira com amor do que com dor.
Mais vale perder um minuto na vida do que a vida num minuto.
Mãos frias, coração quente, amor para sempre.
Mãos quentes, amores ausentes.
Muito falar, pouco acertar.
Muitos conhecidos, poucos amigos.
Na terra onde fores viver, faz como vires fazer.
Não é por muito madrugar que amanhece mais cedo.
Não há bela sem senão.
Não há mal que bem não traga.
Não há mal que sempre dure nem bem que não se acabe.
Não há pior cego do que o que não quer ver.
Não suba o sapateiro além da chinela.
Nem tudo o que luz é ouro, nem tudo o que alveja é prata.
Ninguém se ria com o mal do vizinho, o seu vem a caminho.
O barato sai caro.
O hábito não faz o monge.
O mal e o bem à face vem.
O olho do dono engorda o cavalo.
O que é demais, é moléstia.
Os cães ladram mas a caravana passa.
Palavras de mel, coração de fel.
Quem com ferros mata, com ferros morre.
Quem não tem vergonha, todo o mundo é seu.
Quem pede a Pedro e paga a Gaspar, volta a pagar.
Quem sabe falar, evita guerrilhar.
Quem se mete por atalhos, mete-se em trabalhos.
Quem tem saúde e liberdade é rico e não sabe.
Quem torto nasce, tarde ou nunca se endireita.
Quem vê caras, não vê corações.
Quem vai ao mar, avia-se em terra.
Roupa suja lava-se em casa.
Vale mais cair em graça do que ser engraçado.




Sem comentários:

Enviar um comentário