Fachada principal da MAC |
Fruto de prolongados programas de vacinação, de campanhas de prevenção, da melhoria das condições de vida e de educação, mas fruto também muito da melhoria das maternidades, serviços de obstetrícia e pediatria do Serviço Nacional de Saúde público.
A primeira verdadeira maternidade portuguesa foi a maternidade Alfredo da Costa (MAC), cujo nome é uma homenagem ao pioneiro da obstetrícia em Portugal, fundador do primeiro serviço autónomo, após um texto do século XIX onde verberava energicamente a degradante situação das enfermarias onde se misturavam doenças contagiosas e outras, até do foro psiquiátrico, e as mães davam à luz por entre gritos das doentes e o ar fétido dos antigos hospitais.
Com o tempo, a MAC modernizou-se, tornando-se numa maternidade de referência nacional e internacional. Os meus dois netos ali nasceram, por opção dos pais, que têm muito mais confiança na velha maternidade pública do que numa privada, mesmo tendo nesta o custo pago pelo seguro, quarto privativo e todas as modernices, mas onde a parturiente seria "persuadida" a fazer cesariana e em caso de complicação, transferida para um hospital público porque os privados não estão para custear todas as especialidades que essas situações exigem operacionais 24 horas por dia.
O atual governo tomou a gravissima decisão de fechar a MAC alegando critérios de poupança economicistas que nunca demonstrou. Porque não há nada mais caro do que a perda de vidas ou as sequelas para toda a vida, motivadas por cuidados negligentes. Prometia também vir a reintegrar os serviços da MAC num futuro novo hospital de Lisboa, de que nem sequer iniciou a construção!
Agora, o tribunal Administrativo de Lisboa decidiu acatar a providência cautelar entregue por um movimento cívico de apoio à maternidade Alfredo da Costa.
É uma vitória parcial, mas muito importante para a saúde neonatal, e sobretudo para a sanidade mental de Portugal - tal o absurdo da decisão que felizmente foi agora anulada.
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